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Enfermagem

A ciência do cuidar

     Wanda de Aguiar Horta, precursora da Enfermagem no Brasil, já dizia que “definir a Enfermagem não é tarefa fácil”, pois à medida que a sociedade muda, as definições se modificam e se tornam mais complexas. Florence Nightingale, pioneira da Enfermagem, definiu a enfermagem como uma arte, a mais belas das artes, pois requer um aprendizado tão delicado por cuidar do corpo humano, templo do espírito.

     O conceito da Florence foi bastante útil para sua época, porém a Enfermagem é uma profissão, e para ser exercida e ensinada como tal deve ter embasamento científico. Logo, Wanda Horta propôs o seguinte conceito em 1968: Enfermagem é a ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torna-lo independente desta assistência através da educação; de recuperar, manter e promover sua saúde, contando para isso com a colaboração de outros grupos profissionais".

     O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE) em seu preâmbulo diz que a Enfermagem é uma ciência, arte e uma prática social, indispensável à organização e ao funcionamento dos serviços de saúde; tem como responsabilidades a promoção e a restauração da saúde, a prevenção de agravos e doenças e o alívio do sofrimento; proporciona cuidados à pessoa, à família e à coletividade; organiza suas ações e intervenções de modo autônomo, ou em colaboração com outros profissionais da área; tem direito a remuneração justa e a condições adequadas de trabalho, que possibilitem um cuidado profissional seguro e livre de danos. Sobretudo, esses princípios fundamentais reafirmam que o respeito aos direitos humanos é inerente ao exercício da profissão, o que inclui os direitos da pessoa à vida, à saúde, à liberdade, à igualdade, à segurança pessoal, à livre escolha, à dignidade e a ser tratada sem distinção de classe social, geração, etnia, cor, crença religiosa, cultura, incapacidade, deficiência, doença, identidade de gênero, orientação sexual, nacionalidade, convicção política, raça ou condição social.

     Saindo um pouco dos teóricos e conselhos, falando como aluno de Enfermagem, digo a vocês que essa é a mais bela das profissões, a Enfermagem faz uma coisa que é imprescindível e não é valorizado: o cuidado. As vezes falam, “mas você vai se formar pra dar banho?” Sim, também vou dar banho, limpar fezes, urina ou talvez eu não faça, pois, a Enfermagem é tão ampla que eu posso fazer milhares de coisas, mas não se esquecendo do “cuidado”, o cuidado é a pedra de toque da Enfermagem.

     No ambiente hospitalar, os enfermeiros, mais do que qualquer outro profissional da saúde, têm frequentes oportunidades de facilitar e manifestar o respeito pelos direitos dos pacientes. Como líderes de equipe, ou seja, assumindo a liderança da assistência prestada ao paciente, os enfermeiros são a fonte principal de contato pessoal, íntimo e contínuo com os pacientes, não obstante seu envolvimento com a tecnologia e com a burocracia hospitalar. São eles os responsáveis pela implementação do cuidado a cada paciente, individualmente, o que lhes confere oportunidade de orientá-lo e de prestar-lhe informações completas, precisas e verdadeiras sobre os procedimentos que os integrantes da equipe de enfermagem, ou outros profissionais da saúde, desempenharão com ele e para ele. Para que o enfermeiro consiga promover o paciente como sujeito e protagonista de seu cuidado e tratamento é preciso que este apresente condições de participação, ou seja, habilidade de comunicar-se e de compreender informações e habilidade de raciocinar e deliberar sobre sua escolha, segundo seu próprio conjunto de valores e metas.

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Isaque Souza da Silveira e Referências, 2020.

Presidente da LACEnfE

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