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Queimaduras: causas, tipos e cuidados

  • Foto do escritor: LACEnfE
    LACEnfE
  • 23 de mai. de 2020
  • 4 min de leitura

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Com a chegada da COVID-19 foi necessário iniciar o isolamento social, no qual, as pessoas necessitam ficar dentro de casa, aumentando o risco de acidentes domésticos. Além disso, a flexibilização da comercialização do álcool a 70%, que é essencial à higienização das mãos na ausência de água e sabão, levou ao aumento das queimaduras no país. . A Sociedade Brasileira de Queimaduras indica que desde essa medida, ocorreram mais de 100 acidentes pela combustão de álcool gel.

O que podemos fazer para evitar esses acidentes? - Utilizar o álcool gel apenas quando não há acesso a água e sabão. - Dar preferência ao álcool gel, deixando o líquido para casos extremos, já que ele é mais volátil. - Manter o produto fora do alcance das crianças. - Evitar manusear fogões, fornos, e qualquer aparelho com fogo depois de aplicar o álcool nas mãos. - Na necessidade de utilizar álcool líquido, utilizar com borrifador, tendo maior segurança na manipulação. - Não fabricar álcool em gel a 70% caseiro. . Em meio a essa pandemia, devemos cuidar da nossa saúde e dos nossos seres queridos. Com esses cuidados, é possível diminuir a incidência de queimaduras e a superlotação de hospitais. Tipos de queimaduras e suas classificações As causas são classificadas da seguinte maneira:

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Agentes físicos *Térmicos: líquidos quentes, gordura quente, ferro quente, vapor e através do fogo; ou geladuras (causada por temperaturas muito baixas) *Elétricas: corrente de baixa voltagem (eletrodomésticos), alta tensão e raio; potencialmente graves por ter entrade e saída. *Radiantes: resultam da exposição à luz solar ou fontes nucleares.


Agentes químicos *Substâncias químicas industriais, produtos de uso doméstico, como solventes, soda cáustica, alvejantes ou qualquer ácido ou álcalis. Agentes biológicos *Seres vivos: como por exemplos, taturanas, “água viva”, urtiga.


Quanto à profundidade, as queimaduras podem ser classificadas como: *1º grau: atingem as camadas superficiais da pele. Apresentam vermelhidão, inchaço e dor local suportável, sem a formação de bolhas; *2º grau: afeta a epiderme e derme, formando bolhas ou flictemas, pele avermelhada, manchada ou com coloração variável, dor, inchaço, desprendimento de camadas da pele e possível estado de choque. Queimaduras de 2º grau profundas são aquelas que acometem toda a derme, sendo semelhantes às queimaduras de 3º grau. Como há risco de destruição das terminações nervosas da pele, este tipo de queimadura, que é bem mais grave, pode até ser menos doloroso que as queimaduras mais superficiais. As glândulas sudoríparas e os folículos capilares também podem ser destruídos, fazendo com a pele fique seca e perca seus pelos. A cicatrização demora mais que 3 semanas e costuma deixar cicatrizes. *3º grau: atingem todas as camadas da pele e pode chegar a estruturas profundas, presença de placa esbranquiçada ou enegrecida .

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Quanto à extensão:

A extensão de uma queimadura é representada em percentagem da área corporal queimada.

- Regra dos nove: (MS, 2012) é atribuído, a cada segmento corporal, o valor nove (ou múltiplo dele):

* Cabeça - 9% adultos; 21% crianças.

* Anterior do tronco - 18% adultos e crianças

* Posterior do tronco- 18% adultos e crianças

* Membros superiores - 9% cada em adultos e crianças

* Membros inferiores - 18% cada em adultos; 12% cada em crianças.

- Regra da palma da mão: geralmente a palma da mão do cliente representa 1% de sua superfície corporal. Assim pode ser estimada a extensão de uma queimadura, calculando-se o “número de palmas”.

Áreas nobres/queimaduras especiais: Olhos, orelhas, face, pescoço, mão, pé, região inguinal, grandes articulações (ombro, axila,cotovelo, punho, articulação coxofemural, joelho e tornozelo) e órgãos genitais, bem como queimaduras profundas que atinjam estruturas profundas como ossos, músculos, nervos e/ou vasos desvitalizados.

Quando a gravidade pode ser: Leve (Pequeno Queimado); Médio (Médio Queimado); Grave (Grande Queimado), de acordo com o quadro a seguir:


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Dados da Sociedade Brasileira de Queimaduras indicam que, desde 19 de março, ocorreram mais de 100 acidentes pela combustão do álcool gel no Brasil. Isso se evidência, pelo mau armazenamento do produto, ao deixar perto de crianças e após a utilização do produto, acender fogão e churrasqueira. A medida mais eficaz é fazer a assepsia das mãos com água e sabão, e utilizar álcool 70% somente quando necessário sair de sua residência. Mas o que fazer caso um incidente ocorra? Tratamento imediato de emergência:

• Interrompa o processo de queimadura.

• Remova roupas, joias, anéis, piercings e próteses.

• Cubra as lesões com tecido limpo.

E para não haver complicações infecciosas:

- Não use gelo nas queimaduras.

- Não fure as bolhas da queimadura.

- Não passe nada na queimadura. Não use produtos caseiros, tais como clara de ovo, pó de café, pasta de dente, dentre outros.

Tratamento de acordo com o grau da queimadura: Queimadura de primeiro grau:

- Faça compressas frias nas primeiras horas após sua ocorrência

- Use vaselina líquida para manter a queimadura hidratada.

- Tome analgésico, se necessário, e use filtro solar na região nos dias seguintes. Queimaduras de segundo grau:

- As bolhas não devem ser retiradas, pois servem como curativos biológicos.

- O local deve ser limpo com água corrente e clorexitina.

- O curativo é feito geralmente com sulfadiazina de prata ou nitrato de cério.

- Após a cicatrização, use filtro solar para evitar manchas. Queimadura de terceiro grau:

- Esse tipo de queimadura pode atingir os músculos e causar deformidades. Portanto, o correto a se fazer é procurar um hospital de emergência e seguir as recomendações de cuidado. No hospital, o atendimento deve ser imediato, independente da extensão da lesão, a equipe de saúde deve realizar os exames e procedimentos necessários para diagnosticar o comprometimento cutâneo e sistêmico. O atendimento prestado pode variar de acordo com o protocolo utilizado em cada unidade de saúde, contudo, à partir da avaliação os profissionais começam a tratar a lesão da forma indicada pelo protocolo. Em casos de maior comprometimento o cliente também pode necessitar de cirurgia.


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Fontes: (USP, 2020; SBQ, 2020; SBD, 2016; BVS, 2006; Revista Brasileira de Queimaduras Vol.11/ 2012; MS, 2012; MS, 2019; SBCP, 2008)

 
 
 

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